As Horas Mortas e Meus Pecados

Não dá, esses pensamentos desordenados na mente não sabem onde querem começar e nem onde vão terminar, ficam pairando no cérebro.


Dentro desse quarto inútil me sinto tão vulnerável às minha próprias especulações ao meu respeito, estou tão cansada de tanto eu, de tanto eu, eu, eu, eu.

Esse corpo largado aqui é meu, esses cabelos despenteados são meus, essas mãos com pouco reflexo são minhas, fecho os olhos e só vejo eu, meu pulso sem força.

Sinto-me tão só, mas se tivesse alguém aqui eu iria ainda continuar me sentindo assim.

Eu e eu, esses pensamentos ao meu respeito me enfurecem, me entristecem, tantos pecados assim em poucos anos de vida, pecados insuperáveis!

Luxúria esse mal antigo perturbando meu presente, me fazendo odiar quem fui. Fazendo-me estagnar no perdão de si mesmo.

Toda madrugada é isso a mesma coisa sempre, eles veem minha agonia nessa cama, esses pecados juvenis que não fazem sentido ficam se aprofundando na mente me fazendo acreditar que não superei os pecados, que ainda preciso pedir perdão, mas pra quem afinal?

Pra quem devo perdão? Pra um desconhecido que fica dentro de um confessório? Pra um monge Tibetano em cima da montanha? Pra qualquer desconhecido na mesa de um bar frio?

Não faz sentido, as coisas não fazem sentido, não desta maneira, essa coisa toda esta me consumindo.

Não vejo sentido em confessar-me pra qualquer ser terreno e assim livrar essa culpa antiga que reflete meu presente.

Talvez esteja em ouro mundo, dentro de uma nave espacial, ou lá no cosmos o perdão, mas não teria coragem de deixar pra trás tantas coisas assim em busca dele.

karla christine andrade charone.

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