Horizonte de Paz.


Já era tarde quase não dava pra ver o horizonte, nem mesmo se fossemos pra beira da praia,

Eu vi quando ele sorriu tudo parecia sereno dentro daquele corpo, parecia até que as dores não despontavam nas cicatrizes, marcas dolorosas de um dia miserável.

Mas estávamos ali, todos nós, olhando o horizonte sumir cada vez mais,

As ondas vinham frescas penetrando em nossas narinas, um cheiro salgado de mar,

Senti por um instante eu senti, que nada do que havia passado valia à pena, aquele momento era único,

Um momento de silêncio sincronizado onde somente as palavras das sensações valiam e eram escutadas.

Não culpo tantas magoas que formulei a ninguém, neste momento só culpo a mim, não culpo ninguém de todas as alegrias vivenciadas, só culpo a mim.

Percebi que não era a única a se culpar por tudo até aquele momento, pela retina deles percebi a culpa desenhada como uma arte excêntrica que poucos entendem.

São momentos assim que eu percebo o quanto guardamos coisas inúteis dentro de nós,

São momentos assim que tudo é perdoado,

Esses momentos olhando o horizonte sumir, sentindo o cheiro do sal, enxergando além de tudo o interior próprio que temos a paz e o perdão.

Karla Charone.

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